segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A expansão dos Formatos Abertos

Na última quinta-feira, 11 de agosto, o Jornal da Ciência divulgou a notícia de que a UNESP havia aderido ao Protocolo de Brasília, tornando-se assim a primeira Universidade a aderir ao documento que trata sobre a utilização do ODF (Open Document Format).

Ao divulgar a notícia referida acima no TWITTER (http://twitter.com/joaohanna), logo recebi perguntas sobre o formato ODF, qual a real importância da adesão ou não das instituições ao dito protocolo e outros questionamentos acerca do assunto... Enfim, para que tudo fique mais claro, seguem algumas considerações que não caberiam em 140 caracteres e que ajudarão a você mesmo(a), de forma prática e objetiva,  a formar sua própria opinião:

1 - O 'OPEN' VEIO PARA FICAR: Se você ainda não se acostumou à menção constante da palavra OPEN ou ABERTO em quase tudo que se lê hoje em dia, trate logo de se atualizar urgentemente, visto que a utilização de padrões abertos e colaborativos já deixaram de ser um modismo para ser uma realidade, inclusive em grandes corporações como Microsoft e IBM.

2 - FORMATOS ABERTOS TEM ALGUMA COISA HAVER COM SOFTWARE LIVRE? Na verdade tem tudo haver! Tudo faz parte do mesmo movimento para promover a utilização de 'código aberto' no desenvolvimento de aplicações e/ou formatos que propiciem o intercâmbio de informações.
Este assunto é bastante extenso, e até pode ser debatido neste blog em outra ocasião, por hora, seguem alguns links para apreciação:
3 - O QUE É ODF? O nome completo é OpenDocument Format for Office Applications e, nada mais é do que uma iniciativa mundial coordenada pela OASIS (Sigla traduzida: Organização para o Avanço de Padrões em Informação Estruturada) para desenvolver formatos de armazenamento e trocas de documentos, tais como textos, planilhas, bancos de dados, etc... Não confundir com PDF, que é um formato proprietário da Adobe Systems, desenvolvido para disponibilizar documentos na web.

4 - COMO FAÇO PARA SALVAR / EDITAR UM DOCUMENTO 'ODF'? Lembre-se que ODF é o nome da iniciativa e não da extensão, ou seja, não existe uma aplicação (Não que eu tenha conhecimento ao menos) que salve documentos em *.odf. Nos casos dos editores de texto, como por exemplo o MICROSOFT WORD, a extensão de arquivo é terminada em '.odt' e, basta escolher salvar em formato de documento aberto. Desta forma, obviamente, alguns recursos de estilo e formatação que são próprios da marca, não serão preservados quando escolheres o formato aberto, visto que o mesmo não poderia ser visualizado e editado nesta condição por outros editores.

5 - QUAL A MAIOR VANTAGEM DE SE UTILIZAR UM FORMATO ABERTO? Durabilidade e Interoperabilidade! Na minha opinião estas são as duas maiores vantagens de se adotar um formato aberto na produção de documentos em qualquer tipo de instituição. Formatos proprietários são totalmente dependentes das empresas que o desenvolvem e são sujeitos a obsolência à medida em que surgem novas versões dos programas que o geram, ou mesmo podem ser extintos se a empresa desistir do projeto ou simplesmente sair do mercado. E se a tarefa incluir o intercâmbio de documentos, aí sim que surgem diversos outros problemas de incompatibilidade de leitura. 

Exemplo: Se você tiver instalado em seu computador o Pacote Office 2000, com certeza não conseguirá abrir documentos '.docx' ou, mesmo que consiga visualizar depois de instalar o plugin de compatibilidade, não será possível editar alguns recursos nativos das novas versões.

Utilizando-se de padrões abertos e cooperativos, garantimos que os documentos poderão ser acessados de forma perene, pois o formato em que foram salvos são mantidos por organizações mundiais especializadas neste tipo de padronização, bem como elimina-se a a preocupação com a formatação original do arquivo quando aberto por um terceiro.

6 - E O TAL PROTOCOLO DE BRASÍLIA? Trata-se de um documento elaborado pelo governo federal onde formaliza o compromisso de empresas privadas e instituições governamentais em adotar o formato aberto para a produção e armazenamento de documentos.

Na prática já tem muita gente utilizando o padrão aberto para armazenar seus documentos. O TJ-RS, por exemplo, disponibiliza todos o documentos relativos aos processos em extensão '.odt', podendo assim ser aberto em qualquer editor de texto.

A Advancing Open Standards for the Information Society foi fundada em 1993 por um consórcio de empresas que visavam estabelecer padrões de interoperabilidade para usuários de SGML. Na época a organização recebeu o nome de SGML OPen e, só em 1998 com a mudança do foco do trabalho para o XML e outros formatos de intercâmbio é que passa a ter o nome que é conhecida hoje: OASIS.

Mais informações sobre o assunto podem ser consultadas em:
http://www.oasis-open.org/


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