quarta-feira, 24 de agosto de 2011

“O futuro do livro é a colaboração virtual”

Em tempos de Jornada de Literatura vale a pena voltar assunto do Futuro do Livro. Resolvi então, transcrever uma reportagem do Jornal Zero Hora, que traz a opinião de Nick Montford sobre o assunto.

Segue a reportagem:


Novas formas de leitura associadas à tecnologia e à colaboração virtual vão redesenhar a produção literária. É o que aposta o escritor e doutor em Ciência da Computação e Informação Nick Montfort. Para ele, os livros impressos não vão acabar, mas serão transformados pela interatividade.


Pela primeira vez na América do Sul, o norte-americano afirma que as novas conexões permitem desenvolver mais a imaginação dos leitores.

– Ler é explorar ideias e, mais do que nunca, agora a leitura está nos conectando a essas ideias – diz.

Montfort prevê um leitor cada vez mais fascinado por tecnologias ante o acesso a plataformas variadas de absorção da informação. Mas ressalta que as diferenças entre o que está impresso e online tendem a se acentuar:

– O livro de papel é uma boa tecnologia, mas a plataforma online tem diferenciais irresistíveis.
O escritor crê que o atual cenário de mídias colaborativas, tão presente nos jornais online, conduz a bons experimentos de escrita compartilhada. Por outro lado, observa a necessidade de haver um projeto delineado para manter a credibilidade do conteúdo e, principalmente, o foco na produção.
– Quem sabe os participantes da Jornada não possam escrever um livro compartilhado no futuro – desafia.

A 14ª Jornada de Passo Fundo o impressionou, principalmente pela intensa participação das crianças. Otimista, Montfort vê como positivo o desafio de conciliar gerações diferentes diante das novas plataformas de leitura. Para ele, o momento é de transição, o que exige muito especialmente dos professores.
– O mais importante, hoje, é criar um ambiente de aprendizado que se adapte à multiplicidade da interação.


Fonte: Zero Hora

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A expansão dos Formatos Abertos

Na última quinta-feira, 11 de agosto, o Jornal da Ciência divulgou a notícia de que a UNESP havia aderido ao Protocolo de Brasília, tornando-se assim a primeira Universidade a aderir ao documento que trata sobre a utilização do ODF (Open Document Format).

Ao divulgar a notícia referida acima no TWITTER (http://twitter.com/joaohanna), logo recebi perguntas sobre o formato ODF, qual a real importância da adesão ou não das instituições ao dito protocolo e outros questionamentos acerca do assunto... Enfim, para que tudo fique mais claro, seguem algumas considerações que não caberiam em 140 caracteres e que ajudarão a você mesmo(a), de forma prática e objetiva,  a formar sua própria opinião:

1 - O 'OPEN' VEIO PARA FICAR: Se você ainda não se acostumou à menção constante da palavra OPEN ou ABERTO em quase tudo que se lê hoje em dia, trate logo de se atualizar urgentemente, visto que a utilização de padrões abertos e colaborativos já deixaram de ser um modismo para ser uma realidade, inclusive em grandes corporações como Microsoft e IBM.

2 - FORMATOS ABERTOS TEM ALGUMA COISA HAVER COM SOFTWARE LIVRE? Na verdade tem tudo haver! Tudo faz parte do mesmo movimento para promover a utilização de 'código aberto' no desenvolvimento de aplicações e/ou formatos que propiciem o intercâmbio de informações.
Este assunto é bastante extenso, e até pode ser debatido neste blog em outra ocasião, por hora, seguem alguns links para apreciação:
3 - O QUE É ODF? O nome completo é OpenDocument Format for Office Applications e, nada mais é do que uma iniciativa mundial coordenada pela OASIS (Sigla traduzida: Organização para o Avanço de Padrões em Informação Estruturada) para desenvolver formatos de armazenamento e trocas de documentos, tais como textos, planilhas, bancos de dados, etc... Não confundir com PDF, que é um formato proprietário da Adobe Systems, desenvolvido para disponibilizar documentos na web.

4 - COMO FAÇO PARA SALVAR / EDITAR UM DOCUMENTO 'ODF'? Lembre-se que ODF é o nome da iniciativa e não da extensão, ou seja, não existe uma aplicação (Não que eu tenha conhecimento ao menos) que salve documentos em *.odf. Nos casos dos editores de texto, como por exemplo o MICROSOFT WORD, a extensão de arquivo é terminada em '.odt' e, basta escolher salvar em formato de documento aberto. Desta forma, obviamente, alguns recursos de estilo e formatação que são próprios da marca, não serão preservados quando escolheres o formato aberto, visto que o mesmo não poderia ser visualizado e editado nesta condição por outros editores.

5 - QUAL A MAIOR VANTAGEM DE SE UTILIZAR UM FORMATO ABERTO? Durabilidade e Interoperabilidade! Na minha opinião estas são as duas maiores vantagens de se adotar um formato aberto na produção de documentos em qualquer tipo de instituição. Formatos proprietários são totalmente dependentes das empresas que o desenvolvem e são sujeitos a obsolência à medida em que surgem novas versões dos programas que o geram, ou mesmo podem ser extintos se a empresa desistir do projeto ou simplesmente sair do mercado. E se a tarefa incluir o intercâmbio de documentos, aí sim que surgem diversos outros problemas de incompatibilidade de leitura. 

Exemplo: Se você tiver instalado em seu computador o Pacote Office 2000, com certeza não conseguirá abrir documentos '.docx' ou, mesmo que consiga visualizar depois de instalar o plugin de compatibilidade, não será possível editar alguns recursos nativos das novas versões.

Utilizando-se de padrões abertos e cooperativos, garantimos que os documentos poderão ser acessados de forma perene, pois o formato em que foram salvos são mantidos por organizações mundiais especializadas neste tipo de padronização, bem como elimina-se a a preocupação com a formatação original do arquivo quando aberto por um terceiro.

6 - E O TAL PROTOCOLO DE BRASÍLIA? Trata-se de um documento elaborado pelo governo federal onde formaliza o compromisso de empresas privadas e instituições governamentais em adotar o formato aberto para a produção e armazenamento de documentos.

Na prática já tem muita gente utilizando o padrão aberto para armazenar seus documentos. O TJ-RS, por exemplo, disponibiliza todos o documentos relativos aos processos em extensão '.odt', podendo assim ser aberto em qualquer editor de texto.

A Advancing Open Standards for the Information Society foi fundada em 1993 por um consórcio de empresas que visavam estabelecer padrões de interoperabilidade para usuários de SGML. Na época a organização recebeu o nome de SGML OPen e, só em 1998 com a mudança do foco do trabalho para o XML e outros formatos de intercâmbio é que passa a ter o nome que é conhecida hoje: OASIS.

Mais informações sobre o assunto podem ser consultadas em:
http://www.oasis-open.org/


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

20 e poucos anos de WWW

Será que em março de 1989, quando Tim Berners-Lee redigiu para o CERN (Organização Européia para Pesquisa Nuclear) o documento "Information Management : a Proposal" (Gerenciamento da informação: uma proposta), o físico tinha idéia do que estaria desencadeando com aquela formatação de navegação e acesso a informação por meio de hipertexto?


Desconfio que o mesmo nem sonhava com o desenrolar desta história!

Afinal, haveria como prever a interatividade da internet 2.0 ou mesmo os inúmeros aplicativos e gadgets que fazem uso da rede mundial para transmitir e receber dados em tempo real? Acredito que não, muito menos que a sua ideia inicial que pretendia organizar a informação, transformaria-se em um território sem fronteiras, com benefícios e também muitos riscos.


Enfim, poderíamos abordar aqui diversos aspectos tangentes a WEB e a implicação desta rede mundial no decorrer das duas últimas décadas, contudo, a mola propulsora que deu início a estas linhas é a mudança ou transformação, como queiram, no perfil dos usuários (consumidores de informação) que influenciou diretamente todas as Ciências da Informação.


Web Designer, Arquiteto da Informação, Gerente de conteúdo, etc... Muitas profissões novas surgiram nos últimos 20 anos, ocupando espaços novos e gerando conflitos ao adentrar em espaços dantes monopolizados por outros. O fato é que esta grande rede, alterou a forma como as pessoas estabelecem relações umas com as outras, o que consequentemente mudou de forma radical a forma como as pessoas buscam por informação e, alguém precisa ordenar e viabilizar o acesso.

Sim, concordo que duas décadas é muito pouco tempo para as coisas se sedimentarem e cada área ter de fato o seu papel definido no novo cenário. Com certa astúcia, atrevo-me a dizer que talvez esta definição nunca chegue, e que o futuro esteja baseado justamente ma mutação, em um literal "darwinismo mercadológico", onde encontrarão seu espaço apenas os que se adaptarem.

"Não irei adentrar na questão da importância do profissional da informação frente a esta nova era. Não irei me repetir, muito menos reverberar os discursos batidos e rebatidos nas salas de aula, eventos e demais textos publicados na área... Cada um deve assumir conscientemente o seu papel."

A conta é simples:
Novas necessidades + Novas ferramentas disponíveis = Novas demandas informacionais


O fato do mundo estar interconectado acelerou as coisas, reformulando o modo como é determinado o grau de obsolência dos métodos. Nos anos 70 considerava-se que uma geração compreendia um espaço de tempo de 30 anos, já hoje em dia não passa de 10 anos. Ou seja, a "nova geração" que já nasceu conectada, já está nas universidades e adentrando no mercado de trabalho em geral, trazendo consigo um novo perfil ávido por consumir informações reduzidas e instantâneas.

Estando ciente de que o cenário está mudando devido as novas tecnologias que nos tornam cada vez mais conectados e dependentes da rede, somado ao novo perfil de usuário que se apresenta, fica fácil chegar a conclusão de que o trem da história está passando frente a nossos olhos e, por enquanto, sem maquinista, visto que ainda não se definiu o perfil exato do profissional que assumirá a função de conduzir a organização destas fontes de informação dispersas na internet.

Possuo uma formação híbrida (Biblioteconomia + Sistemas de Informação) e não tenho pretensão de fazer um discurso de militância em nenhuma área, portanto desejo que os espaços de fato sejam reservados aos mais competentes e adaptados a nova realidade informacional.

A título de curiosidade, seguem alguns links interessantes para quem se interessa pela história da WorldWideWeb:





terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sobre a próxima geração dos livros digitais

Assisti a um vídeo muito interessante no blog Na Era da Informação (http://naeradainformacao.blogspot.com/) e, que de fato nos faz refletir no futuro do livro convencional.

Não tenho a menor dúvida que as relações de aprendizagem e cognição versus conteúdos estão em pleno processo de mutação, sendo que as próximas gerações demandarão novas formatos e diferentes suportes à informação.

Veja o vídeo abaixo e reflita sobre o impacto em nossas profissões quando essa nova geração que aprendeu a ler em IPAD's forem os nossos usuários: