quarta-feira, 25 de maio de 2011

Cyber profissional ou simplesmente antenado?

Muitos dos "post's" encontrados aqui neste blog, são fruto de uma reflexão criada em um momento de pausa para o cafézinho. Bem, este não será excessão e também dá indícios de que renderá outros frutos e outras discussões que serão abordadas em trabalhos formais.
O tema que abordamos hoje, novamente, não é nenhuma novidade, contudo tentaremos abordá-lo de forma diferente, mostrando de forma prática e bem simplificada.
Sempre ouvimos falar do novo papel do profissional da informação frente a nova sociedade que surge impactada pelas novas tecnologias, etc... Na maioria absoluta das vezes em que se repete este discurso, que já está bastante desgastado, fica uma lacuna no ar...
"AFINAL O QUE EU TENHO QUE FAZER PARA ME INSERIR NESTE TAL NOVO CONTEXTO E ME TORNAR UM PROFISSIONAL QUE DOMINA O USO DAS TIC'S?"
Infelizmente, a resposta não é muito alentadora, afinal é muito difícil convencer o pessoal que está há muitos anos no mercado de trabalho de que está na hora de se reciclar e, os currículos das faculdades não ajudam muito, ou seja, mesmo os profissionais que estão saindo hoje das faculdades, apresentam sérios déficits de atualização em relação a ontem.
Por outro lado, em nossa área dominamos muitas técnicas primordiais aos dias atuais (exemplo: indexação) e acumulamos competências de investigação e organização que não são vistas em outras áreas, que parecem dispender um grande esforço para tentar desenvolver métodos bastante corriqueiros para os profissionais da área de Ciências da Informação.
Provavelmente qualquer Bibliotecário que utiliza MARC no dia-adia chore de rir quando se intera das profundas discussões em torno do "Dublin Core" e outros tantos formatos que o pessoal da área de TI está criando. Serei mais ousado, e muitos discordarão, mas me parece que estamos assistindo passivamente o reinvento da roda sem que os especialistas no assunto (profissionais da área de Ciência da Informação) sejam sequer consultados.
Outro exemplo prático de ausência de um profissional de nossa área, são as categorias de assunto em que são divididos os livros no Google Book's, onde pode-se encontrar, por exemplo, o conto infantil "The three pigs" (Os três porquinhos) classificado em "Technology & Engineering".
Tudo isto para dizer que ainda não há razão para alarmes, nem é necessário começar uma revolução e muito menos precisamos acrescentar nenhum sufixo (Cyber, Techno, etc...) ao título da profissão que exercemos, mas sim é preciso que os profissionais acordem para a nova realidade e deixem de ser meros quadjuvantes, passando a contribuir de forma ativa neste cenário.
Todos perdem com a atual situação! Nós perdemos mercado de trabalho para pessoas de outras áreas ligadas a tecnologia e as empresas, como por exemplo a Google, estão perdendo a oportunidade de contar com profissionais que poderiam estar agregando muita qualidade aos seus serviços. Para que possamos alcançar o status de atores que nos é de direito, não basta esperarmos que um dia resolvam lembrar de nós, também não adianta ficar paranóico e tentar saber de tudo na área de tecnologia. O bom senso ainda não foi alcançado! Sejam ANTENADOS, acho que esta é a melhor definição para o profissional que possui sensibilidade e maleabilidade suficiente para se adequar ao ambiente de trabalho que está se desenhando. Não é preciso saber programar, mas podemos sim ter noção do tipo de linguagem que será utilizada no desenvolvimento do serviço X ou Y e saber quais as limitações que isto implica, é também preciso ter habilidade para negociar e acima de tudo planejar... Só assim encontraremos um lugar ao sol em um futuro não muito distante.

2 comentários:

  1. João, achei o post muito interessante e desafiador, principalmente para quem é responsável pela formação dos profissionais da informação. Todos sabem que apenas a graduação deste profissional hoje não é suficiente, assim como ocorre em todas as áreas. O objetivo de um curso de graduação não deve ser somente atender ao mercado, mas preparar este profissional de forma global, para que ele continue buscando conhecimento e qualificação. Assim, concordo que ele deva ser antenado e curioso, com vontade de aprender sempre. Não à acomodação!

    Abs,
    Ana Moura

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  2. De fato as mudanças causadas pela tecnologia também deve ser um preocupação dos professores, mas acima de tudo deve ser uma pauta em destaque na agenda de cada profissional, que deve por si só assumir como obrigatória sua atualização nestes temas.

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