terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Centralização de fontes de informação: tendência ou ganância?


Indo direto ao ponto podemos afirmar que a resposta para a indagação do título deste post é as duas coisas.

Mas é preciso refletir... Procuro manter o hábito de manter o discurso em tom de conversa com o leitor, portanto, fique atento(a) aos argumentos expostos abaixo e sinta-se à vontade para providenciar uma possível réplica nos comentários, que são totalmente livres.

Cabe aqui uma resalva de que o BLOG PRÓ-INFORMAÇÃO, como o próprio nome sugere, é a favor apenas da informação, deixando de lado questões de preferência de mercado ou mesmo ideológicas. Obviamente, como todo ser humano, este que vos escreve sofre influências e isto se reflete no texto, mas este por si só já seria outro assunto.

Dito isto, por simples análise empírica, fica fácil identificar uma tendência geral à centralização de fontes de informação na última década. O que antes do advento da rede mundial de computadores parecia um sonho utópico, hoje parece um objetivo traçado por grandes corporações do ramo.

No meu tempo de faculdade, e não faz tanto tempo assim, parecia que a montagem de um catálogo coletivo era algo muito complexo e seria o suprassumo a ser apresentado como fonte de informação a um pesquisador - vide o CCN (http://ccn.ibict.br/busca.jsf), que até os dias atuais funciona como uma grande "mão na roda" para muita gente. Louvável iniciativa! Brilhante em sua época!

Estas e outras iniciativas, mostraram que centralizar informações em um local seria uma coisa boa... Estava criada a TENDÊNCIA, que surge recheada de esforços (EX: OAI) que nos alavancaram a um patamar muito diferente do inicial. Centralizar não é mais um esforço hercúleo, dispensando inclusive a velha rotina de formatação e envio de registros que por oras apresentava obstáculos, passando a adotar um modelo de harvesting (coleta de dados) automático que propicia uma interoperabilidade magnífica entre bancos de dados.

Pois bem, esta semana li uma matéria sobre as pretensões do FACEBOOK em se tornar a própria internet (achamos a GANÂNCIA). Parece até um exagero, mas, em suma, é o que pretende a empresa de Zuckerberg ao investir todas suas fichas no esforço te formatar uma interface para sua rede social, que congregue todas as necessidades do usuário. Vale lembrar que o Google já tentou investir em algo parecido em 2009 com o GOOGLE WAVE, mas não deu muito certo.


Teve a sensação de que mudamos de assunto? Pois não! Ainda estamos falando da mesmíssima coisa.

Sei bem a diferença entre uma search direcionada a investigação científica e outra com fins recreativos. Acompanhem meu raciocínio:

Levando-se em conta a evolução do catálogos e demais recursos informacionais, quanto tempo você acha que falta para encontrar uma APP de sua biblioteca em redes sociais?



Nem preciso mencionar versão móvel de serviços online. Este me parece um assunto mais do que comum.

Sem a menor intenção de criar um tom revelador e muito menos profético neste texto, me arrisco a prever que nos próximos 5 anos irão surgir mini-aplicativos que poderão ser gratuitos ou pagos e, que viabilizarão a busca por artigos científicos direto no seu celular, ao mesmo tempo em que posta uma mensagem no twitter para compartilhar os resultados da busca.

É uma tendência sim e não temos como fugir disso. Precisamos nos adaptar e criar novos serviços.

As novas gerações de usuários que já nasceram conectadas à web já estão chegando às nossas unidades de informação, trazendo um caminhão de novas demandas e, sobretudo, eles possuem um comportamento de busca diferente daquele que praticávamos. Nem tente se iludir achando que conseguirá doutrinar a todos, obviamente, mais cedo ou mais tarde, os serviços seguirão a tendência criada por eles.

Não pretendo entrar no mérito da intenção da empresa X ou Y ao agregar recursos informacionais da internet, ninguém aqui é ingênuo, afinal informação é poder.

Quem trabalha com sistemas sabe do que estou falando, com este movimento de migração para a nuvem ficará ainda mais viável a acessibilidade de recursos em um só local. Pare para pensar sobre aquele usuário mais afoito, que poderá se deter a buscas apenas nos recursos disponíveis na interface que ele está acostumado, ou seja, poderá ficar restrito a pesquisar nas bases que disponibilizam APP's para o seu celular, causando uma distorção.

É preciso que estejamos alertas a esta maré informacional, pois podemos decidir seguir um rumo planejado, ser simplesmente levados ao prazer das ondas para destino incerto ou até mesmo sermos engolidos por ela.

Tudo está conectado!

Saberemos...